Obs: Eu, Oliver Escobar, peço desculpas pelo recente atraso no meu conto, "O Odiado". Isso porque passei por uns problemas de saúde, mas já estou bem. A fim de consertar o acontecido, semana que vem postarei dois capítulos.
Era
de madrugada e os quatro jovens estavam no quarto do controle, onde Pietro
estava dormindo, para discutir sobre o que acontecia no internato esses últimos
dias. Pietro andava muito aflito, com medo que ele fosse condenado. Zaque, que
não tinha muita participação no grupo de amigos, mostrara-se mais, tentando
ajudar a todo jeito. Vanessa a garota ingênua de sempre, parecia ter mudado,
ficara mais “solta”. E Ben parecia estar em estado de choque, tinha passado por
uma experiência horrível.
—
Ben, fique à vontade para contar o que o assassino tentou fazer – falou Vanessa,
de maneira solidária.
Todos
estavam sentados no chão. Formando um círculo. Ben sentiu-se no dever de contar
o que se passara:
Eu
estava na enfermaria, ainda hospitalizado por causa daquele incidente, vocês
sabem. Ainda meio fraco, levantei-me em direção ao banheiro. Parte das luzes
apagadas, acabei esbarrando numa das camas da enfermaria, ficando com essa
marca – Ben suspendeu um pouco seu short, revelando uma marca roxa acima do
joelho – Então segui andando até que na entrada do banheiro fui surpreendido
por alguém, mais ou menos da sua altura, Pietro. E da do Edgar também, é claro,
pois vocês são muito parecidos. Já pensou se vocês talvez fossem...?
—
Ben – interrompeu Pietro, indiferente – Conte sobre o que realmente importa e
não sobre aquele crápula do Edgar.
Então
está certo. Acho que ele usou um anestésico numa seringa, porque meu pescoço
dói até agora – Ben passou a mão no pescoço – Quando acordei estava deitado em
uma placa de metal fria e meu corpo não conseguia se morrer.
—
Oi Benjamim! – disse o indivíduo. Sua voz era até familiar, porém a máscara
abafava sua voz. Escutei o barulho dele colocando as luvas – Fique tranquilo,
eu só quero me divertir...
—
Eu não sou o seu brinquedo! – retruquei, porém sua única reação foi rir. Ele
riu estrondosamente, deixando-me mais assustado ainda.
—
Nossa, que garoto insolente – disse ele, sarcasticamente. Aquele cara era muito
doido! – Se soubesse o que eu pretendia fazer, você urinaria nas calças.
—
Então porque não faz o que pretende? – desafiei-o.
Foi
o maior erro que pude cometer. Ele ficou tão furioso que cortou o meu braço com
um tipo de vidro e pegou um pote de soda cáustica – estava escuro mais eu tinha
certeza que era. E ele tinha um conhecimento além do normal de química.
Descreveu ações e reações da soda cáustica e porque pretendia usá-la em suas
vítimas.
—
Não me desafie, garoto! – gritou o criminoso, furiosamente. Devia ter te matado
quando tive chance.
—
Espere aí – mesmo com ele furioso, eu queria esclarecer as coisas – Foi você
que me drogou com o GHB.
—
Mas é claro que fui eu. Brilhante, não? – disse, rindo e guardando o pote
debaixo da mesa – Mas não mato duas vezes no mesmo dia. Eu te disse que só
queria me divertir...
Foi
quando adormeci novamente. Acho que ele tinha dobrado o tranquilizante. Acordei
no armário de vassouras, foi quando o Zaque me achou e contou tudo o que tinha
acontecido. Desculpa, Pietro, por te fazer passar por tudo isso...
E
Ben finalmente terminara o seu relato. Os seus amigos prestaram solidariedade.
Como o quarto 221 ainda estava interditado, porque ainda era cena de crime,
Pietro ofereceu um espaço no Quarto do Controle para Ben dormir.
—
E Ben, você já foi ver sua namorada? – Perguntou Zaque, que já estava prestes a
sair.
—
Boa ideia, Zaque – falou ele, entusiasmado – Vamos comigo?
—
Claro!
Ben
e Zaque saíram do quarto, deixando Pietro e Vanessa a sós.
—
Não façam bagunça, hein? – brincou Zaque, referindo-se a Pietro e Vanessa, que
iam ficar sozinhos no quarto.
—
Toma vergonha, garoto – disse Vanessa, com o jeito descontraído.
A
dupla seguiu pelos corredores escuros do internato em direção ao dormitório
feminino, a fim de encontrar Nelly, que devia estar muito triste pelo alarme
falso de morte. Já passavam das seis da manhã e o dia já clareava.
—
O que você acha dessa história do Pietro e da Vanessa? – perguntou Zaque, sem
meio o que conversar.
—
Sei lá – respondeu Ben, enquanto eles viravam uma esquina, topando com Edgar e
Roque.
—
Vocês são doidos? – Edgar estava com uma expressão estranha – O que a Vanessa
tem a ver com o Pietro?
—
Edgar e Roque encarava-os, impossibilitando a passagem.
—
Nada, cara!
—
Eles estão ficando – delatou Ben, sem medo deles – Acho que até mais que
isso...
—
Não me desafiem, fracotes – Edgar ficou mais sério – Eu vou cuidar disso.
O
jovem problemático seguiu em direção ao quarto de Pietro. Roque ia também
quando Zaque o parou, fazendo uma pergunta incomum.
—
Cadê o Scott?
Roque
mudou sua expressão. Uma mistura de raiva e tristeza.
—
Não sabe, idiota! – ele o empurrou nos armários – Foi ele que mataram!
Zaque
caiu no chão, surpreso. Tudo o que estava acontecendo era muito suspeito. Por
que ele não matara o Ben e sim o Scott?
—
Zaque – disse Ben, ajudando-o a levantar – Você viu o jeito que o Edgar falou
com a gente,
—
Ele sempre fala assim...
—
Não, seu besta – esclareceu – “Não me desafiem”
—
Você não está achando que...
—
Não, não estou achando nada, só suspeitando.
—
Por causa da sua língua grande o Pietro vai ter problemas – acusou Zaque.
—
Pietro sabia que eu ia falar – disse Ben, com um sorriso de canto de boca – Ele
gosta de enfrentar o Edgar e mostrar que é melhor do que aquele insuportável.
—
Vamos logo, então.
E
os dois seguiram até o quarto 121, onde a Nelly dormia, com sua amiga, a
Natalia. Os dois chegaram até o quarto e começaram a bater na porta,
disfarçadamente.
—
Vou te deixar aqui, então, cara.
—
Valeu Zaque, muito obrigado.
Quando
Ben entrou no quarto, encontrou sua garota de toalha, preparando-se para tomar
um banho. Ela soltou um grito, ao ver o namorado.
—
Meu Deus – exclamou ela, estupefata, aproximando-se de Ben, e tocando-o – Não estou
alucinando?
—
Claro que não, amor. Foi só um susto – respondeu ele, tranquilizador – Por ora.
Nenhum comentário:
Postar um comentário