Contos Embaralhados

terça-feira, 18 de outubro de 2011

♠ O Odiado - Um Confuso Relato (Capítulo 5)


Obs: Eu, Oliver Escobar, peço desculpas pelo recente atraso no meu conto, "O Odiado". Isso porque passei por uns problemas de saúde, mas já estou bem. A fim de consertar o acontecido, semana que vem postarei dois capítulos. 

  

Era de madrugada e os quatro jovens estavam no quarto do controle, onde Pietro estava dormindo, para discutir sobre o que acontecia no internato esses últimos dias. Pietro andava muito aflito, com medo que ele fosse condenado. Zaque, que não tinha muita participação no grupo de amigos, mostrara-se mais, tentando ajudar a todo jeito. Vanessa a garota ingênua de sempre, parecia ter mudado, ficara mais “solta”. E Ben parecia estar em estado de choque, tinha passado por uma experiência horrível.

— Ben, fique à vontade para contar o que o assassino tentou fazer – falou Vanessa, de maneira solidária.
Todos estavam sentados no chão. Formando um círculo. Ben sentiu-se no dever de contar o que se passara:

Eu estava na enfermaria, ainda hospitalizado por causa daquele incidente, vocês sabem. Ainda meio fraco, levantei-me em direção ao banheiro. Parte das luzes apagadas, acabei esbarrando numa das camas da enfermaria, ficando com essa marca – Ben suspendeu um pouco seu short, revelando uma marca roxa acima do joelho – Então segui andando até que na entrada do banheiro fui surpreendido por alguém, mais ou menos da sua altura, Pietro. E da do Edgar também, é claro, pois vocês são muito parecidos. Já pensou se vocês talvez fossem...?
— Ben – interrompeu Pietro, indiferente – Conte sobre o que realmente importa e não sobre aquele crápula do Edgar.
Então está certo. Acho que ele usou um anestésico numa seringa, porque meu pescoço dói até agora – Ben passou a mão no pescoço – Quando acordei estava deitado em uma placa de metal fria e meu corpo não conseguia se morrer.
— Oi Benjamim! – disse o indivíduo. Sua voz era até familiar, porém a máscara abafava sua voz. Escutei o barulho dele colocando as luvas – Fique tranquilo, eu só quero me divertir...
— Eu não sou o seu brinquedo! – retruquei, porém sua única reação foi rir. Ele riu estrondosamente, deixando-me mais assustado ainda.
— Nossa, que garoto insolente – disse ele, sarcasticamente. Aquele cara era muito doido! – Se soubesse o que eu pretendia fazer, você urinaria nas calças.
— Então porque não faz o que pretende? – desafiei-o.
Foi o maior erro que pude cometer. Ele ficou tão furioso que cortou o meu braço com um tipo de vidro e pegou um pote de soda cáustica – estava escuro mais eu tinha certeza que era. E ele tinha um conhecimento além do normal de química. Descreveu ações e reações da soda cáustica e porque pretendia usá-la em suas vítimas.
— Não me desafie, garoto! – gritou o criminoso, furiosamente. Devia ter te matado quando tive chance.
— Espere aí – mesmo com ele furioso, eu queria esclarecer as coisas – Foi você que me drogou com o GHB.
— Mas é claro que fui eu. Brilhante, não? – disse, rindo e guardando o pote debaixo da mesa – Mas não mato duas vezes no mesmo dia. Eu te disse que só queria me divertir...
Foi quando adormeci novamente. Acho que ele tinha dobrado o tranquilizante. Acordei no armário de vassouras, foi quando o Zaque me achou e contou tudo o que tinha acontecido. Desculpa, Pietro, por te fazer passar por tudo isso...

E Ben finalmente terminara o seu relato. Os seus amigos prestaram solidariedade. Como o quarto 221 ainda estava interditado, porque ainda era cena de crime, Pietro ofereceu um espaço no Quarto do Controle para Ben dormir.
— E Ben, você já foi ver sua namorada? – Perguntou Zaque, que já estava prestes a sair.
— Boa ideia, Zaque – falou ele, entusiasmado – Vamos comigo?
— Claro!
Ben e Zaque saíram do quarto, deixando Pietro e Vanessa a sós.
— Não façam bagunça, hein? – brincou Zaque, referindo-se a Pietro e Vanessa, que iam ficar sozinhos no quarto.
— Toma vergonha, garoto – disse Vanessa, com o jeito descontraído.
A dupla seguiu pelos corredores escuros do internato em direção ao dormitório feminino, a fim de encontrar Nelly, que devia estar muito triste pelo alarme falso de morte. Já passavam das seis da manhã e o dia já clareava.
— O que você acha dessa história do Pietro e da Vanessa? – perguntou Zaque, sem meio o que conversar.
— Sei lá – respondeu Ben, enquanto eles viravam uma esquina, topando com Edgar e Roque.
— Vocês são doidos? – Edgar estava com uma expressão estranha – O que a Vanessa tem a ver com o Pietro?
— Edgar e Roque encarava-os, impossibilitando a passagem.
— Nada, cara!
— Eles estão ficando – delatou Ben, sem medo deles – Acho que até mais que isso...
— Não me desafiem, fracotes – Edgar ficou mais sério – Eu vou cuidar disso.
O jovem problemático seguiu em direção ao quarto de Pietro. Roque ia também quando Zaque o parou, fazendo uma pergunta incomum.
— Cadê o Scott?
Roque mudou sua expressão. Uma mistura de raiva e tristeza.
— Não sabe, idiota! – ele o empurrou nos armários – Foi ele que mataram!
Zaque caiu no chão, surpreso. Tudo o que estava acontecendo era muito suspeito. Por que ele não matara o Ben e sim o Scott?
— Zaque – disse Ben, ajudando-o a levantar – Você viu o jeito que o Edgar falou com a gente,
— Ele sempre fala assim...
— Não, seu besta – esclareceu – “Não me desafiem”
— Você não está achando que...
— Não, não estou achando nada, só suspeitando.
— Por causa da sua língua grande o Pietro vai ter problemas – acusou Zaque.
— Pietro sabia que eu ia falar – disse Ben, com um sorriso de canto de boca – Ele gosta de enfrentar o Edgar e mostrar que é melhor do que aquele insuportável.
— Vamos logo, então.
E os dois seguiram até o quarto 121, onde a Nelly dormia, com sua amiga, a Natalia. Os dois chegaram até o quarto e começaram a bater na porta, disfarçadamente.
— Vou te deixar aqui, então, cara.
— Valeu Zaque, muito obrigado.
Quando Ben entrou no quarto, encontrou sua garota de toalha, preparando-se para tomar um banho. Ela soltou um grito, ao ver o namorado.
— Meu Deus – exclamou ela, estupefata, aproximando-se de Ben, e tocando-o – Não estou alucinando?
— Claro que não, amor. Foi só um susto – respondeu ele, tranquilizador – Por ora.

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