Contos Embaralhados

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

♠ A Excursão - Capítulo 10 (Congelados)


O ambiente estava muito escuro, porém o pânico era visível. Robert, Max e agora Kate. E o assassino ainda não tinha sido descoberto.
_ Vamos logo pra cabana, Henry! – chamou Sara, preocupada – A bateria das lanternas já estam acabando!
_ Ok – Henry estava meio estático – Vamos.
Passava-se das 19h30min e a floresta escurecia cada vez mais. Os sobreviventes andavam a passos lerdos, no momento em que as luzes da lanterna apagaram. A histeria tomou conta de todos, suas únicas medidas foram correr, o mais rápido possível. O ar era pouco para tantas respirações ofegantes, cheias de medo e tensão. Raymond foi o primeiro a chegar, seguido de Félix, Abby e Sara.
_ Todos estão bem? – perguntou Félix, gritando.
_ Estamos – responderam todos, simultaneamente.
_ Galera, cadê o Henry? – Ray ficou apreensivo.
O professor não chegara à cabana.
_ Ele não veio ainda – respondeu Abby, assustada pelo professor não ter chegado – Será que foi pego?
_ Por quem? Estão todos aqui!
_ Nunca se sabe, Félix – Sara também estava assustada.
Os estudantes trancaram a casa e sentaram no sofá, apreensivos, esperando a chegada de Henry. Porém nada aconteceu. Passaram-se duas horas.
_ Já são quase 22:00 e nosso professor ainda não chegou – concluiu Abby, com a expressão triste.
_ Então vamos dormir e amanhã procuramos – Ray tentava tomar o posto de líder, sendo bem sucedido – porém ninguém, nem mesmo ele, tinha mente para dormir. O medo de ser o próximo assombrava-os.
_ Félix, me ajuda na cozinha?
_ Claro, Abby! – Félix e Abby foram preparar algo para comerem – Desde pela manhã não comemos!
Enquanto isso, Sara decidiu adormecer no sofá e Ray no outro.
_ Você gosta dele, não gosta? – questionou Félix, apontando com os olhos para Raymond.
_ Gosto, ele é legal, me traz segurança – respondeu, meio sem jeito – Mas por que a pergunta?
_ Não quero que se machuque. Sabe que ele não presta e também...
_ Félix, chega! – interrompeu Abby, sussurrando – Fica tranqüilo, qualquer coisa que acontecer, será o primeiro, a saber.
Eles fizeram alguns sanduíches e acordaram os outros para comerem. Após isso, aprotaram-se para dormir. Félix e Sara para um quarto, Raymond e Abby em outro. No segundo quarto, Abby vestia um baby doll, enquanto Ray trocava a roupa. Ele estava sério, com um pouco de raiva, até.
_ Está acontecendo algo entre vocês dois, não?
_ Félix é meu amigo – Abby ficou surpresa pela acusação – Só amigo.
_ Está tudo muito estranho – Ray foi deitando na cama, onde ela já deitara.
_ Relaxa, valentão – ela o beijou, pondo a mão em seu rosto - Amanhã conversamos.
Não era só o atleta que ficara com ciúmes: Sara também estranhava o contato “inocente” dos dois. Ciúmes, raiva e traição podem ser bons para se cometer um crime.
Ao amanhecer, os sobreviventes surpreenderam-se com algo incomum: as portas, janelas e até os armários estavam abertos, exceto a geladeira e o forno. Ray parara em frente à porta, estático.
_ O que aconteceu por aqui? – perguntou Abby, séria, pois Raymond foi o primeiro a acordar. Ele não respondeu.
_ Abby, Ray! – veio Sara do quarto, assustada – Félix não estava na cama.
Abby irritou-se.
_ O que você fez com ele? – dirigiu-se a Ray, empurrando-o contra a parede, enfurecida – Responda! – Porém o atleta continuava calado, sua única reação foi apontar para o centro, que ficava na sala, entre os sofás. Continha um CD.
_ Sara, pega o CD e coloca no aparelho de som, to de olho nele.
Sara foi em direção ao centro, pegou o disco com suas mãos tremendo. “O que acontecera com Félix? E Henry, onde está?” Colocou-o no som e escutou atentamente.
_ Desculpe-me por fazê-los esperar. Gostaram dos brinquedos que coloquei na floresta? – a voz era rouca, modificada, o seu tom de voz era sarcástico – Espero que estejam com fome, pois preparei o almoço – Sara paralisou-se – Notaram que só a geladeira e o fogão estão fechados? – Ela correu em direção à geladeira e abriu; era Henry, esquartejado e congelado. Sara gritou e começou a chorar, temendo que Félix pudesse estar no forno.
_ Acalme-se amiga – Abby tentava consolá-la, passando a mão em suas costas, porém ela também estava apavorada. O CD continuava tocando, repetindo a gravação e Ray continuava, assim como Henry, congelado.

Uma obra de: Oliver Escobar

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