Contos Embaralhados

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

♠ A Excursão - Capítulo 11 (O Jogo)


A situação inverteu-se: Sara, que sempre mostrou-se forte e indiferente, desbaou – literalmente. E Abby, a garota “frágil”, cuidava da amiga, que sofria pela possível perda do seu amante. Não tinha coragem para abrir o forno.
_ Sara, quer que eu faça?
_ Não – Sara chorava, quase sem conseguir falar – Espera um pouco.
_ Mas Sara... – suplicava amiga, quando foi interrompida.
_ Chega! Chega! Chega! – Sara levantou-se, empurrando Abby contra a parede – Eu gostava dele, ta bom? – vendo sua melhor, estática, olhando pra ela, caiu em si – Desculpa, é que isso tudo está acabando comigo.
_ Eu entendo, amiga – Abby aproximou-se dele e juntas se abraçaram – Descanse um pouco, ok? Vou falar com o Ray.
O atleta continuava parado, em frente à porta, olhando para o nada. Isso deixava as garotas intrigadas.
_ Ray – disse Abby, colocando a mão em seu ombro – Fala comigo, por favor – ele permanecia mudo – Olhe pra mim – ele a encarou, com a expressão cansada.
_ Abby... – Ray movia os lábios lentamente – Abra o forno.
_ Mas ela não quer – disse Abby, apontando com os olhos para Sara e ficando frente a frente com Raymond.
_ Apenas vá. Eu vou com você.
Eles seguiram pelo corredor, em direção à cozinha. Raymond permanecia em estado de choque, como um zumbi. Pararam em frente ao forno, esperando para abrir.
_ Ray, não é a coisa certa a se fazer.
_ Confie em mim – disse, olhando nos olhos dela.
Então eles decidiram acabar com a dúvida: Ray puxou logo a porta do fogão, tendo uma surpresa não tão agradável. Havia uma caixa de madeira, no fundo.
_ Que diabo é isso? – perguntou Abby, pega de surpresa – Passa pra mim.
Abby, que estava muito curiosa, abriu. Apavorada, derrubou a caixa no chão. Ela continha um outro CD e um dedo indicado. A garota soltou um grito.
_ Abby, o que foi? – Sara levantou do sofá, também apavorada.
Ray pegou a caixa do chão, tremendo, e mostrou para Sara. Ela sem muita confiança afirmou: “Félix está morto”.
_ Há uma possibilidade dele estar vivo, amiga – consolou Abby – Ray, coloca logo essa merda desse CD.
O CD possuía uma gravação, com aquela mesma voz.
_ Olá garotos. Dispostos a descobrir se o seu amigo está vivo? Pois bem – ele riu – Vamos jogar.
Sara começou a chorar de novo, desperada.
_ Força, Sara – disse Ray, consolando-a, parecendo voltar ao normal – Passaremos por isso, juntos.

Uma obra de: Oliver Escobar

Nenhum comentário:

Postar um comentário