Contos Embaralhados

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

♠ A Excursão - Capítulo 9 (Afastem-se)


O que Trevor queria, conseguiu – a cabana foi tomada pelo terror. Eles não sabiam o que pensar, nem o que fazer, porém tinham um desafio: descobrir quem era Trevor, o Intruso. Ninguém ousava mexer na peça nem no bilhete deixado pelo assassino. Todos estavam atônitos, sem tirar os olhos daquela cena de horror.
_ O que acha que aconteceu a ele, professor? – perguntou Raymond, assustado.
_ Não sei – confessou Henry – Parece que jogaram ácido nele. Vão para a sala, Félix, me ajuda a limpar essa bagunça.
_ Eu? – o garoto estava apavorado, quase passando mal.
_ Você, sim!
Enquanto Félix ajudava seu professor a ensacar a cabeça de Max, os alunos e Kate iam dirigindo-se à sala quando Abby desmaiou, pois tinha o estômago fraco, sendo amparada por Ray.
_ Não posso mais ficar aqui. – disse Kate, que chorava, olhando abismada para uma cena que nunca esperava viver.
_ Pois vá! – gritou Sara, com raiva – Matou o Max por que ele queria transar com você, sua dissimulada!
_ Não matei. Estou do lado de vocês. Graças a mim acharam esta cabana e alimentos.
_ Nos atraiu pra cá como se fossemos iscas – acusou Sara – Está com o Trevor, não está? Ou melhor, você é ele? – todos pararam, acreditando em Sara.
_ Kate, você... – disse Félix, voltando do quintal.
_ Não! Eu sou inocente!
A guia turística voltou a chorar, saindo correndo da casa. Sara ia correr atrás dele, mas Félix a impediu:
_ Acalme-se, garota esperta – falou, segurando-a pelo braço – Ela pode ser inocente.
_ Tem certeza?
_ Não temos certeza de nada aqui – Henry estava com um tom de ordem – Cuidem da Abby.
Raymond a levou para o quarto e s colocou na cama. Sara e Félix também foram para o quarto.
_ Pega um copo com água pra sua amiga, por for favor? – pediu Ray, gentilmente. Sara então saiu para a cozinha, deixando os rivais sozinhos.
_ Pode ir, eu cuido dela – o atleta ficou sério.
_ Por que você não vai?
_ O que você tem contra mim, nerd?
_ Tudo! – enfureceu-se Félix – Já não basta aquelas líderes de torcida, ainda quer ficar justo com ela?
_ Com a Abby é diferente... – tentou explicar, encarando-o e logo após dando um murro em seu rosto. Mas Félix, diferente da última vez, revidou e a briga começou, chamando a atenção da casa. Henry foi o primeiro a chegar, separando os dois.
_ O que ela faz com sua vida é problema dela! – Sara puxou Félix.
_ Eu não penso assim – disse, com um machucado no rosto – Vou dar uma volta.
Félix saiu da casa indo em direção à floresta. Já era por volta das 17:30 e faltava pouco para anoitecer.
_ Raymond, você está bem? – perguntou Sara.
_ Tirando o idiota do seu namorado!
_ Ainda não namoramos – Sara saiu do quarto, deixando ele a sós com a garota popular – Mas vou procurá-lo.
_ Abby, acorda – suplicou Ray, acariciando seu rosto – Mostre-me que está bem.
_ Obrigado, Ray – murmurou Abby, ainda fraca – Por que ficou aqui?
_ Kate fugiu, Félix foi arejar a cabeça e Sara foi procurá-lo. Henry está na cozinha – explicou o atleta – Tá tudo uma droga!
_ E o que aconteceu no seu rosto? – questionou Abby, tentanto resolver o problema do olho roxo.
_ Félix.
_ O Félix? – duvidou a garota – Vai mexer com a Sara, garanhão! – riu ela, sentando na cama.
_ Verdade – mentiu Ray, desconcertado – Vou pegar algo pra você.
Abby puxou-o pela camisa, ficando poucos centímetros dele.
_ Não precisa – disse, beijando-o – Estou muito bem aqui.
Ray continuou com o beijo, mas sem segundas intenções. Foram surpreendidos com Félix gritando da porta.
_ Achamos a Kate! – já passavam da 18:30 e já tinha escurecido.
_ Cadê ela? – perguntou Henry, sempre preocupado.
_ Na floresta – Sara, assim como Félix, estava séria – Peguem as lanternas, pois temos problemas.
O professor, aflito, previa o acontecido. Junto com Ray e Abby, o trio saiu mata adentro em busca da guia turística. Como tudo nessa excursão era surpresa, depararam-se com mais uma cena de terror – Kate, presa por uma armadilha de urso, degolando-a.
_ Olhem para cima – sinalizou o professor – O doente daquele Trevor pendorou as armadilhas de urso nas copas das árvores e a coitada da Kate deve ter ultrapassado alguma linha que as derrubassem.
_ Sabe o que isso significa não sabe, professor?
_ Sei Félix. Além de estarmos perdidos, estamos cercados.

Uma obra de: Oliver Escobar

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