O ônibus fretado por Henry era um executivo (5 estrelas) e cheio de regalias – televisão, DVD e ar condicionado. Henry, que sempre foi um homem reservado, gostava de luxo e isso era bom. Para os alunos.
Freddy foi o motorista contratado por Henry. Era ex-presidiário e mal humorado. Seu rosto poderia assustar até os mais corajosos devido a uma cirurgia mal feita. Também era gordo e velho.
Ao chegarem, os alunos estavam super animados, mas estranharam o motorista:
_ Nossa, esse cara me dá arrepios. – cochichou Sara com Abby
_ Ele tem cara de assassino. – riu a amiga
Os viajantes, surpresos, notaram algo estranho:
_ Quem são eles? – questionou Félix, apontanto para um grupo de jovens bem vestidos
_ São alunos do colégio musical Rockstar, que vão fazer uma apresentação lá mesmo em Ilhéus. – explicou o professor
“Mais garotas”, pensaram Ray e Robert simultaneamente.
Enfim o motorista deu a partida. Ray colocou seu CD de música eletrônica no autorádio do ônibus e todos começaram a dançar. Como a estrada era boa, sem buracos, não sentiam nem a estrada e o automóvel realmente parecia uma balada em terra firme.
_ Então Ray, qual você vai pegar? – perguntou Robert, animado
_ Vou naquela loira ali. – apontou o atleta
_ Você escolheu a mais gostosa. Vou em Kelly, aquela morena ali. Já transei com ela algumas vezes. – explicou Robert, rindo
_ E ainda lembra o nome dela? – Raymond estava surpreso
Os rapazes queriam “se dar bem”. E conseguiram. Por serem fortes e esportivas as garotas acabavam fazendo de tudo para irem pra cama com eles. Caras como Félix e Max ficavam para trás. Félix porque não era forte, era magro, estatura média e branco, com olhos pretos e cabelo curto; Já Max era um pouco gordo e moreno, não se encaixavam nos padrões juvenis. Mas nem por isso deixavam de “se dar bem”.
A festa móvel estava a todo vapor, os lugares do fundo viraram motel. Abby ficara super animada, dançando como louca e Sara tentava freiá-la.
_ Amiga, acalma-se! – gritou Sara, o som era altíssimo.
_ Eu quero é curtir – Abby estava irreconhecível. Era uma garota provocante, uma morena dos olhos verdes. Quando ia para uma balada, chamava a atenção de todos os garotos. Sara também não ficava para trás, seus cabelos negros faziam um contraste com sua pele esbranquiçada e seus olhos castanhos davam um charme à parte.
_ Vou falar com o Félix!
Sara queria “conversar” sobre alguns assuntos. Por isso foi ao lugar dele, cadeira 33.
_ Félix, precisamos... Conversar – ela sussurrou no ouvido dele.
_ O que é? – disse ele todo rabugento.
_ Calma... – Sara continuou – Sei que você gosta de mim, que me quer – ela pôs-se em seu colo, virando-se de frente para o garoto.
_ Quem... Te disse.. Isso? – Félix já estava ficando louco. Podia sentir seu corpo queimando por dentro. Então começou pondo suas mãos em suas pernas. Sara vestia saia curta preta, combinando com sua blusa.
_ Não importa mais. – ela enfim o beijou fortemente. Félix respondeu apertando-lhe contra a parede do ônibus e beijando-lhe ainda mais forte. O clima esquentava cada vez mais.
_ Sara – disse o garoto, entre os beijos – está pronta?
_ Claro – e Félix suspendeu a saia da sua garota.
Foi quando o ônibus parou.
_ Chegamos crianças! – gritou Henry, que passou a viagem toda dormindo.
_ Continuamos depois – disse Sara, cheia de raiva por não ter terminado
_ Bem, Sara... – falou Félix, meio sem jeito – Eu já tinha terminado... – ambos riram.
O ônibus parou em frente ao Hotel Paladino’s, um hotel 4 estrelas que fica situado no final de Ilhéus, perto de Ubá, que é onde irão no dia seguinte. A paisagem era fantástica. Então todos começaram a descer do ônibus. Com exceção de Sara, Félix, o professor e o motorista todos estavam bêbados. Henry deu falta de Robert.
_ Cadê o Robert? – perguntou ele, aflito.
_ Não sei, estávamos dançando quando o ônibus parou, eu desci logo! – respondeu Ray, meio zonzo.
_ Vão entrando no hotel. – ordenou o professor – Félix e Sara, conduzam o resto da turma em direção aos quartos.
_ Vamos Sara! – chamou Félix.
E então Henry foi entrando no automóvel, preocupado por ter acontecido o pior.
Uma obra de: Oliver Escobar
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