Henry parecia outro. A única coisa que queria era a resposta dos alunos. Não pensava mais neles, nem no falecido. Só em si mesmo. Abby já começava a acordar, Félix cuidava do ferimento e Sara estava fora de si. Restava ao capitão do time tomar a decisão certa.
_ Então, Ray, qual proposta você escolhe? – pressionou o professor.
_ Vamos... Curtir a viagem – disse Ray, meio hesitante – Afinal, essa excursão é uma chance única, não acham?
_ Apesar de tudo, concordo com você. – respondeu Sara, mais calma.
_ Eu não concordo!
_ Abby, é o melhor que fazemos. – aconselhou Félix, ajudando-a a levantar.
_ Desculpe-me por tudo, não era minha intenção pressioná-los tanto – Henry estava confuso – Mas vamos pensar em algo, pensar em um suspeito e como nos livrar do corpo de Robert até a viagem acabar.
_ Está bem. Esperamos até amanhã e nos livramos do corpo na floresta – sugeriu Félix, que se lembrou de algo – E afinal, onde ele está mesmo?
_ Junto com minhas bagagens – apontou o mentor
Os alunos sentiram um calafrio de medo percorrer os seus corpos.
_ Max, fale alguma coisa! – gritou com seu aluno – Você passou o tempo todo quieto, está passando bem?
_ Desculpem pessoal – enfim o garoto falou – Estou meio que em estado de choque, mas tenho todo o plano em mente. A idéia de Félix é boa. Ao amanhecer, pegamos o corpo e rapidamente colocamos na van responsável pelo trajeto até Ubá. Quanto ao suspeito – acusou Max – é o motorista.
_ Por que acha isso, Max – questionou Henry
_ O cara desde que chegou está o tempo todo no quarto – argumentou – Além disso... Ele é estranho.
_ Creio que todos aqui concordam com isso.
Apesar da situação, todos estavam portando-se bem. Henry aconselhou os alunos a tomarem mais cuidado em relação a Freddy e sugeriu que não saíssem do hotel até o amanhecer.
_ Vão direto para os quartos – ordenou o mentor
_ Soube que vai ter uma balada lá no térreo – disse Ray. A vida continua. – Por que não descemos professor?
_ Preciso espairecer um pouco mesmo.
Então Henry, Raymond e Max desceram para o térreo, enquanto Sara, Félix e Abby foram para os seus respectivos quartos, no 8ª andar. O sistema para a divisão dos quartos era por dupla: Sara e Abby, Raymond e Félix, Max e Robert (com a morte de Robert, teve que ficar sozinho). O trio desceu as escadas, mas o corredor estava meio escuro.
_ Félix, nos leva até o quarto? – pediu Abby.
_ Não precisava nem perguntar. – riu Félix. Ele levou-as até a suíte 43. Abby entrou logo, deixando os dois a sós no corredor.
_ E então... Quando vamos retomar do ponto em que paramos? – sussurrou Félix, apertando Sara contra a parede – Tá difícil aguentar. – começou a beijá-la, de forma sugestiva.
_ Calma – disse Sara entre os beijos, quase cedendo – Espere mais algumas horas, cara. – e entrou para o quarto, deixando o garoto animado e sozinho.
Uma obra de: Oliver Escobar
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